O representante permanente da China nas Na??es Unidas, Zhang Jun, reiterou na ter?a-feira (28) que o "roteiro ultrapassado da Guerra Fria nunca deverá ser reencenado na ásia-Pacífico" e que o conflito "n?o deve acontecer na ásia-Pacífico".

"Nós nos opomos firmemente a certos elementos que clamam pelo envolvimento da Otan na ásia-Pacífico, ou uma vers?o da Otan na ásia-Pacífico com base em alian?as militares", disse Zhang Jun em uma coletiva de imprensa do Conselho de Seguran?a da ONU sobre a Ucrania.

Os países da ásia-Pacífico "compartilham o apre?o pela paz e prosperidade duramente conquistadas e o desejo de se concentrar na coopera??o mutuamente benéfica na busca de desenvolvimento e revitaliza??o comuns", disse Zhang.

"Qualquer tentativa de ir contra a maré da história está fadada ao fracasso", acrescentou ele.

"A China presta muita aten??o ao ajuste estratégico da Otan e está profundamente preocupada com as implica??es políticas do chamado 'Conceito Estratégico'", disse.

Os Estados Unidos anunciaram na última sexta-feira (24) uma nova alian?a que inclui Austrália, Jap?o, Nova Zelandia e Reino Unido para "impulsionar os la?os econ?micos e de seguran?a com as na??es das ilhas do Pacífico", afirmou a Casa Branca em um comunicado.

A Casa Branca divulgou no domingo (26) o boletim sobre a reuni?o do presidente dos EUA, Joe Biden, com o chanceler alem?o Olaf Scholz, na qual observou que os dois líderes "discutiram os desafios apresentados pela China".

Após a cúpula do G7, os líderes da Otan devem realizar sua cúpula anual na Espanha de ter?a a quinta-feira. A cúpula da Otan incluirá pela primeira vez os principais líderes de quatro países da ásia-Pacífico, Jap?o, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelandia, e também pela primeira vez, o bloco identificará a China em seu novo conceito estratégico.

Certos líderes da Otan recentemente pintaram outros países como uma amea?a, disse Zhang. "Mas o fato é que foi a própria Otan que causou problemas em diferentes partes do mundo.

"Pedimos à Otan que aprenda suas li??es e n?o use a crise da Ucrania como desculpa para alimentar o confronto do bloco mundial ou uma nova Guerra Fria, e n?o procure inimigos imaginários na ásia-Pacífico ou crie artificialmente contradi??es e divis?es", disse o comunicado.

"Enfatizamos novamente que o diálogo e a negocia??o s?o a única maneira viável de restaurar e consolidar a paz. Acabar com as hostilidades é a grande aspira??o da comunidade internacional", disse ele, acrescentando que a China apoia as negocia??es diretas entre a Rússia e a Ucrania. "Também saudamos os bons ofícios do secretário-geral sobre a quest?o da exporta??o de gr?os, entre outros", disse Zhang.

"As tentativas de armar a economia mundial e coagir outros países a tomar partido ir?o dividir artificialmente a comunidade internacional e tornar o mundo ainda menos seguro", continuou ele. "Atrasar e obstruir as negocia??es diplomáticas para fins geopolíticos só vai colocar lenha na fogueira para intensificar o confronto e ampliar os conflitos. Inevitavelmente, acabará prejudicando a si mesmos.

"Uma fé cega na posi??o de for?a, a expans?o da alian?a militar e a busca da própria seguran?a às custas da inseguran?a de outros países inevitavelmente levará a dilemas de seguran?a", disse Zhang.

A Otan aumentará massivamente o número de suas for?as em alta prontid?o para mais de 300.000 em meio à guerra em curso da Rússia na Ucrania, disse Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan, na segunda-feira.

Zhang destacou que as cinco expans?es da Otan para o leste após a Guerra Fria "n?o apenas falharam em tornar a Europa mais segura, mas também espalharam a semente do conflito".

"A Guerra Fria terminou há muito tempo, e é necessário que a Otan reconsidere seu próprio posicionamento e suas responsabilidades, abandone completamente a mentalidade da Guerra Fria que se baseia no confronto em bloco e se esforce para construir um quadro de seguran?a europeu equilibrado, eficaz e sustentável de acordo com o princípio da seguran?a indivisível", disse.